sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Random thoughts

Esta música do Cure não sai da minha cabeça, especialmente uma versão dela que o DJ Deus sorteou no iPod hoje:

However far away, I will always love you
However long I stay, I will always love you
Whatever words I say, I will always love you
I will always love you.

Saudades.

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Só eu não sabia que todos os celulares moderninhos carregam suas baterias via USB? Quando descobri que o meu carregava, contei toda contente a um amigo português e ele me chamou de "parva". Eu nunca tive celulares moderninhos, como eu ia saber? É tão idiota assim ignorar esse (excelente) detalhe?

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Sabe aquela declaração do Lula sobre sua preferência de terno e gravata a macacão de operário, e que é fácil se acostumar ao terno mas ao macacão não se acostuma nunca? Só lembro disso quando ando pelo centro tosco.

O negócio é que a minha adaptação em Portugal passou longe de ser um martírio. Foi uma vida bem divertida, num lugar bonitinho e coisa e tal. Mas não era nada de "ohhhhh, Euroooopa" que a gente imagina. Pelo menos não em Portugal. É um lugar normal como seria outro qualquer em BH, com algumas ruas sujas, outras nem tanto. Algumas pessoas toscas, outras nem tanto. Normal. Mas isso porque eu tava comparando com a minha rotina casa-universidade em BH, que, convenhamos, é um caminho bonitinho. Centro-sul, Catalão, campus... De dentro do carro alheio então, não é nada de "ohhh, terceiro muuuuundo".

Mas essa semana eu dei um rolezinho na parte tosca do centro pra resolver uns poblema aí, tá ligado?, e percebi que, sim, Portugal é um lugar civilizado. Aí entra a questão de que se acostumar com o conforto é rápido, indolor e por vezes imperceptível, mas voltar à tosqueira... Ai ai. Isso sim é triste.

Percebi que a parte tosca do centro é tosca demais. Eu moro no centro, e gosto daqui, mas embaixo do meu prédio não tem nenhum anão sem pernas e com um caroço roxo na testa exibindo suas fragilidades físicas pra pedir dinheiro. Mas a cinco quadras daqui tem isso e muito mais. Gente tosca, gente doente, gente pedindo, gente roubando, gente sem braço, gente vomitando, gente rolando no chão, gente fedendo... Ok, eles sempre estiveram lá, mas eram só parte da paisagem, nunca dei importância. Mas agora eu não consigo deixar de reparar e me sentir incomodada, porque esse tipo de coisa eu não vi em Portugal. Só na cabeça do Saramago e no seu (fodástico) livro Ensaio Sobre a Cegueira. Porque foi dentro do livro que me senti andando no meio das bizarrices do centro e ajudando cegos a atravessarem a rua.

Hipótese 1: não há pessoas bizarras na Europa.
Hipótese 2: as pessoas bizarras não saem às ruas.
Hipótese 3: as pessoas bizarras saem às ruas mas são discretas, e não ficam exibindo o joelho deslocado pra pedir dinheiro.
Hipótese 4: eu não fui a lugares bizarros.

Enfim. De volta ao macacão de operário. O que há de se fazer? :\

2 comentários:

Anônimo disse...

Hum... eu acho que existem pessoas bizarras por lá, mas as bizarrices devem ser anenizadas pelas boas condições da saúde existentes por lá. E tem outra coisa, eles não precisam sair na rua pra pedir dinheiro e tal, ficam em casa, longe dessa loucura.
Mas aqui, acho que boa parte disso é resultado de problemas relacionados à paralisia infantil e problemas na gravidez, coisas comuns por aqui.
Mas não deixa de ser interessante o assunto..

Carolls disse...

tem gente bizarra sim,mas elas tem tratamento ou estao internadas em algum lugar
é foda ir no centro msmo :/
o pior é q no caminho q faco pra federal tem aquele sinal ali Catalao c PEdro Segundo q sempre tem um povo assim pedindo dinheiro :/