Ok, parei de postar fotos. Não sei de vocês, mas eu sou infinitamente mais ler coisas legais nos blogs do que ver fotos. Se eu gostasse de fotos, veria fotologs, ó pá! Além disso tenho um sério poblema de só lembrar de levar a câmera quando saio sozinha, então não tenho fotos de turista até hoje. Preciso mudar isso urgentemente.
Lembrei de coisas engraçadas pra contar. Mas como é grande, neste post conto só uma.
A primeira foi um acontecido na primeira semana. Eu estava na paragem esperando o autocarro de Santo André pra Sines. A paragem mais próxima da minha casa fica meio que na estrada, na saída da cidade. Eu estava lá as 18h, sozinha, sem a menor noção de quando passaria o próximo autocarro - se passasse. Daí me aparece uma rapariga estranha, com a calcinha aparecendo pra fora da calça, um óculos escuro modernete, um cabelo loiro com raiz preta e com chicletes na boca. Vindo de um povo que chama calcinha de cueca e usa calçolas de biquini na praia mas só vende calcinha fio-dental na loja de lingerie, não duvido de nada. Vai que calcinha pra fora da calça de ganga (jeans) é moda?
Pois bem. Venci meu preconceito e perguntei à moçoila se ela sabia o horário do autocarro. Segue o diálogo:
- Boa tarde.
- Boa tarde.
- Sabe me dizer o horário do autocarro?
- Pois não sei, mas penso que já deve estar a passar.
- Tá bem, obrigada!
- És brasileira?
- Sou, sim.
- Olha, minha melhor amiga é brasileira!
- Ah é?
- Ya! És de que zona no Brasil?
- Minas Gerais.
- Ah, és mineira! (toda a gente diz isso, não sei se realmente sabem onde é Minas Gerais, ou do que se trata, mas adoram dizer "ah, és mineirinha!"). Minha amiga é de Goiás.
- Ela mora aqui em Santo André?
- Não, não, já voltou para o Brasil. Foi deportada.
- Ah...
- Conheci-a quando tive presa.
- Ah...
- Eu tive presa por tráfico de drogas e ela por prostituição e falsificação de documentos. Tivemos presa em *** (não lembro).
- Ah é? (pegando a mochila do chão e segurando contra o corpo)
- Ya... Fumas? (oferecendo cigarros)
- Não, obrigada.
- Tens água aí? (apontando para a minha mochila)
- Não, não tenho. (eu tinha, sim, mas não queria abrir minha mochila com câmera, iPod, dinheiro e documentos)
- Pois.. Vou ter que beber a seco. (engole comprimido suspeito)
- (Sorrizinho)
- (Alguma conversa parva sobre carro, documentos perdidos, filha pequena...).
- (Mais sorrizinhos).
- Olha, vou me pôr à boleia (= vou tentar pegar carona). Se me vires na estrada quando vier o autocarro, pede ao motorista que me pare, sim?
- Tá bem.
- Até já.
- Até.
Claaaro que não pedi para o motorista parar o autocarro na estrada pra pegar a doida que pedia carona. E este foi o dia que mais senti medo em Portugal, na paragem com a ex-presa sem viv'alma perto. Me senti mais vulnerável do que de saltos altos perdida em Lisboa às 3h da manhã.
segunda-feira, 7 de julho de 2008
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6 comentários:
Nossa... haha. Isso me lembra aquela vez que fomos abordados alí perto da praça da Liberdade por aqueles dois sujeitos que estavam pedindo ajuda pra ir ao morro matar uns caras... foi tenso...
É... a cada dia mais eu vejo o quanto Portugal se parece com o Brasil, hehe...
Citação Hermanoteu: "CUIDADO RAPAZ, A BARRA AQUI É PESADA!"
Eu fiquei sabendo que Portugal é bem parecido com o Brasil mesmo, mas não sei até que ponto é verdade. Mas se no Brasil, os 'assaltantes' fossem mulheres com parte da calcinha aparecendo, ia ser um pouco menos pior...
hahahaha que isso que mulher doida kk
curiosidade mata
hehe mto bom o dialogo! imaginei direitinho a rapariga a falar :P
isso foi muito beatnik!
te desejo sorte..
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