Temos cá na EDP um gajo muito engraçado. Já gostava de ter escrevinhado sobre ele há uma data d’anos, mas não me lembrava. Pronto. Ele é um tipo assim até bastante jeitoso (o vulgo “eu pegava”), mas é um tanto quanto mal-humorado. Ou demasiado nacionalista, não sei bem. O facto é que por mais de uma vez tentei perguntar-lhe o que havia pra se fazer nos fins-de-semana em Santo André, o sítio onde tanto ele quanto eu moramos. E ele sempre diz que não há nada pra se fazer, que aquilo é mesmo é uma cidade muito morta. Pronto. Entretanto, quando eu digo que gostava de me mudar para Sines, ele é o primeiro da malta a dizer que aquilo não é sítio bom para morada, e que bom mesmo é viver em Santo André. “Mas em Santo André não há nada, você mesmo me disse!” “Sim, mas pra morada não há nada como Santo André. Tem é de se ter uma carrinha. Tu se tivesses uma ias ver, ias à lagoa, à praia, à discoteca, não faltavas-te nada.” Pois. Mas ele diz isso com um jeito enraivecido e orgulhoso porque nasceu e se criou naquele sítio, não gosta que falem mal daquilo. E agora eu gosto mesmo é de falar coisas engraçadinhas de portugueses e alentejanos perto dele, porque sei bem que isso o deixa um bocado bravo. E tem tanta piada o gajo a tentar falar mal de brasileiros! Só que ao contrário dele, eu e todos os outros colegas damos risadas, tanto dos brasileiros quanto dos portugueses.
Outra coisa que o irrita é quando eu começo a falar “axim como us prutuguesesh”, que é quase tão divertido quanto hablar portuñol. Toda a gente ri, e tenta falar brasileiro (o que tem muita piada!), mas ele não. Ele se irrita. E isso tem ainda mais piada!
Hoje a conversa parva da mesa do almoço era sobre rapazes e raparigas de 17, 18 anos. Tavam a dizer que nos dias de hoje as raparigas desta idade já saem a procura dos rapazitos, e que estes só querem mesmo saber de beber, fazer surf e andar de skate. Eu concordei totalmente, toda a gente sabe que os portugueses – e principalmente os alentejanos – são assim um bocado lentos com as mulheres. Só depois percebi que não deveria ter falado isso. Enquanto toda a gente ria, o gajo mal-humorado sentiu-se ofendido: “Olha que há muito o que dizer também sobre a fama dos brasileiros.” “Pois diz! Diz lá que quero ouvir!”, já a esperar o que ia dizer sobre as mulheres brasileiras. Mas o tipo ficou assim amuadinho e não disse mais nada. Melhor assim.
sexta-feira, 18 de julho de 2008
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2 comentários:
Mas que cara chato!
Haha, imagino a fama que as brasileiras tem por ai! Também, né. Se as meninas daí começam a procurar rapazes aos 17,18, imagina o que eles pensam das meninas daqui que começam a fazer isso aos 12!
Hahahaha!
haha, lembro dos protuguesesh me zoando (a me gozar :s)
"E aí 'cara', tudo 'legau?'"
e eu já mandava de cá "Então, tá tudo?"
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