sábado, 7 de agosto de 2004

Flame still burns

E é com lágrimas nos olhos que eu releio um zine com textos do Talles...

"(...) Então por que as pessoas que estão no straight edge hoje não são elas mesmas? Não fazem as coisas da maneira delas? no s.e. não há o espírito faça-você-mesmo? (...) A coisa mais cretina que eu já ouvi foi que "todo s.e. tem que, por obrigação, cortar o consumo de Coca-Cola". "Porque se trata de uma multinacional". Porque ela, a empresa, é o maior símbolo do imperialismo norte-americano. Mas todo esse discurso se perde, pelo menos pra mim. Ao mesmo tempo que eu escutava isso, eu o notava e via todo produzido com roupas da Nike, que pra mim não tem nada de diferente da Coca-Cola. Por isso acho uma parcela da communidade s.e. hipócrita e reacionária, ao ponto de achar que o veganismo e o s.e. são "a chave da revolução". Será que uma pessoa livre de drogas é mais inteligente que uma que não é? Você está no s.e. há quanto tempo? E o que você mudou? Muito? Pouco? (...) A "cena s.e.", em sua maioria, está cada vez mais estagnada, levando consigo medalhas do seu orgulho DRUG FREE para o nada, achando que a sua apatia está causando algum impacto à sua volta. Porque quando eu falo de s.e. eu penso na minha libertação dos padrões da sociedade, e quando eu falo em ser livre de drogas eu me lembro que há vidas inocentes em perigo e não me preocupo somente comigo. Sua condição social já o permitiu ir a uma favela para ver crianças de 10 a 16 anos com armas na mão defendendo seus pontos de "boca de fumo"? Isso tudo acontece enquanto vocês ficam manifestando suas alegrias em frente a um palco, com bandas que gritam sobre o seu fodido orgulho s.e.. Até que ponto você se importa com isso? Até que ponto sua postura livre de drogas significa ser algo ameaçador na sua vida? Por isso mesmo estou começando a acreditar que as pessoas "não-livres-de-drogas" serão levadas bem mais a sério..."

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