sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Estágio de férias

Quem diabos faz DOIS estágios de férias na graduação? Só eu, mesmo. Depois da mamata remuneradíssima e muito bem localizada da EDP, voltamos ao esquema "verão no trabalho" - sem praia, dessa vez - numa grande e conhecida indústria siderúrgica, cujo nome não quero citar para não me comprometer. Mas quem sabe, sabe.

Uma rápida descrição do que rolou até hoje:

HOTEL

O hotel é um lixo. São 58 estagiários nele, sendo 50 idiotas, 2 neutros e 6 legais - incluindo eu. Mentira, não sei se é bem assim, mas pelo menos 40 são idiotas completos. Paciência. Muita paciência. Mas pelo menos as duas meninas que dividem quarto comigo são legais. SIM, eu divido quarto! Essa história é ótima, merece ser contada pessoalmente. Daí tem mais umas 4 ou 5 outras pessoas que eu gosto, umas 4 ou 5 que eu odeio e as outras ainda estão sem classificação.

No hotel é assim: quando não falta água quente, falta limpeza no quarto, ou falta tolha limpa, ou minha roupa volta suja da lavanderia, ou somem com meu travesseiro, ou não tem copo pra beber água, enfim, é uma beleza. Não tem frigobar nem telefone no quarto, e o controle remoto da TV sumiu também. E assim vamos vivendo.

TRABALHO

Tou em lua-de-mel com esse negócio de siderurgia. Sério, achei que fosse um porre, mas o processo é muito legal. Muito sujo, muito fedorento, muito explorador, muito tudo-de-ruim, mas muito legal de verdade. E podem dizer o que quiser dessa empresa, mas é um lugar muito, muito organizado e com um milhão de projetos socioambientais. Dá gosto de ver.

No mais, ainda tô me decidindo sobre o programa do estágio. Teoricamente vou ficar andando pela instalação e coisa e tal, mas não tou muito afim disso, não. Ver equipamento, andar no sol, usar capacete... Não nasci pra isso. Daí tem outro cara de Eng. Elétrica que tá com um programa bem legal sobre planejamento energético (que na usina inclui carvão, óleo, gases, etc.) e mercado de energia elétrica e eu quero trocar com ele. Na verdade, a vontade é mútua, porque o negócio dele é trabalho de campo. Excelente, vamos dar um jeito de trocar.

Gente, a cultura japonesa nessa indústria é uma coisa muito bizarra. E às vezes, chata. Olha só como é que é aqui:

- Todo mundo usa uniforme. TODO MUNDO. Do operário ao superintendente, todos usam o MESMO uniforme, incluindo nós, claro. Isso é muito bizarro, nunca dá pra saber quem é chefe. No máximo, dá pra saber quem é engenheiro porque a cor do capacete é diferente. Fora isso, impossível. Se o super-diretor passa do seu lado e ninguém te contar, você nunca vai saber.

- 7h30 é 7h30. Não é 7h29, nem 7h31. E ai de quem atrasar.
- É proibido qualquer tipo de PDA (public display of affection) na área da usina. QUALQUER. Isso inclui beijinho no rosto, abraço, mãos dadas, carinho nas costas, qualquer coisa, mesmo com colegas. Outro dia, um dos estagiários se despediu de mim com dois beijinhos e eu tomei uma bronca de um funcionário. Fiquei morrendo de vergonha.
Que mais? De festa, só faço no boteco do lado do hotel. Hoje tou querendo sair, mas só tem calouro e tal. Acho os caras todos muito imaturos e novos demais. É mais negócio ficar no boteco com o pessoal menos idiota, jogando sinuca.
Vou tentar voltar aqui semana que vem. Mas por hoje é só :)